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Cabeça grande pensa muito

Tem vezes que eu forço uma cãibra na perna só pra controlar minha vida.

Ando a pé mesmo tendo dinheiro pro trem. E ao invés de guardar, compro besteira pra secar o suor.

Acordo de madrugada pra fumar, mas só olho a lua e volto a dormir. E não durmo, fico só rolando na cama.

Outra dia estava sol e saí de guarda chuva, quando começou a chover, tirei o tênis.

Escrevo de olhos fechados pra poder enxergar. Levanto pra poder me cansar e deito pra correr dos problemas.
Olho as horas pra chegar atrasado e marco encontros que nunca irei. 

Doido, será? Só porque fiquei ouvindo o mendigo falar sobre a vida e não fui atrás dos meus sonhos? 

Como com as mãos para me sentir na Índia e seguro o garfo na mão esquerda pra dizer que sou francês. 

Escalo uma árvore pra me esconder e de lá de cima dou um grito pra todo mundo poder me ver. 

Se cair um raio na minha cabeça será que o céu vai pegar fogo? 

Corri de costas pro mundo girar ao contrário e depois de horas, já era noite.

Uivo como um lobo em dias de Sol e se me ver na rua, atravesse, ou vou roubar um sorriso seu.

O que não faz sentido, faz pensar. Observei milhões de movimentos para aprender a correr. 

Devagar.

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